quarta-feira, 26 de maio de 2010

033. Sonetos de mim mesmo - 2007


De mim o que posso dizer?
Se pouca coisa sei fazer?
Sou um tipo simples e comum
Um sonhador, apenas mais um

Que vejo esperança em cada olhar
E creio no velho sentido de amar
Um antiquado poeta e compositor
Sentado em meu piano, um simples ator

Sento nele a espera de algo maior
Um sentimento ainda melhor
De amor, simplesmente amor

E tudo o que faço e vive-lo intensamente
Procurando insensatamente
Quem creia nesse tipo de flor

............................

Eu, nem sei muito de mim
Pois nem sei se estou afim
Busco mesmo olhar pra tí
Amigo, vivante daqui

Eu te amo de qualquer jeito
Mesmo que por mim nada tenha feito
És meu amigo, e isso me vale
Não me importa o que fale

Sou amigo fiel pra quando quiser
Aqui estou para o que der e vier
Não vou exigir nada

As vezes até sofro por nada ver
Mas sigo passo a passo, para ter
Você... e ser bem amada

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Vou seguindo meu caminho
Me protejo em meu ninho
Amando, na esperança de amar
Mesmo sem pé, mas com a beleza do mar

E na esperança me afogo
À espera de um amor, que logo
Quero pra viver mais desse sentir
Alguém que esta por vir

E mesmo sem uma imagem
Já anceio, sentado a margem
Do que a vida tem a me oferecer

Seu doce olhar, meu alguém oculto
No mundo... ao menos um vulto
Pra de amor não me adoecer

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Me embriado de madrugadas
Nas pétalas de flores tragadas
Pela fumaça da curtina de água
Que a cachoeira oculta, sem magoa

Ofusco minha vista de claves sem sóis
Deleito meu peito, opaco sem voz
Sem desfrute de luz e de ar
Pois nada reluz sem flor, sem o mar

Mas vou vagado entre a serena mata
Que me mata, me enclausura em uma lata
Lata de sonhos, celada de lucidez

E nada sólido me faz abrir
O mundo dos sonhos a ruir
Que espero mais uma vez

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E pra concluir meus sonetos
Faço promeça a um léo obsoleto
Acreditando em fadas e contos
Como creio em tudo e em todos

Assim também creio na vida
Que me tortura e me invalida
Mas me faz ver que existe algo mais
Que não sei a forma, que de alguma forma se faz

Amarei todos em meu destino
Mesmo sem saber mostrar, me ensino
A crer que o jardim da vida tem uma flor

Flor que espero e esta entre todos
Flores belas e que rego na vida, no jogo
Jogo da vida, que a regra é o amor

(Bruno Cohen - 07.Janeiro.2007)

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