quarta-feira, 26 de maio de 2010

006. Flores da Lua - 2006

Tem certos dias em que olhamos nas janela, e parece que o dia nem nasceu.Que a alegria é uma fantasia e a esperança já morreu.Sentamos na cama, como se nada tivesse sentido pra nos levantar e sair na escuridão da vida.
Tem que certos dias em que a luz parece um fogo que queima fundo, sem valor e razão.Parece que nada vale a pena, que tudo existe a toa.Pois aquilo que nos guia, é uma estrela, que brilha aqui em minha vista, mas esta tão longe de minha mão.
Tem dias que nos olhamos no espelho e vemos tudo o que esta a nosso fundo.E em nossa mente só vive aquela sombra que na verdade faz sombra sobre nossa alegria.E aquilo que reflete, é o resto dessa vida.
Mas eis que nos levantamos da cama e vemos lá fora sob a chuva, com frio e sorrindo.Uma flor sozinha, balançando sem medo naquela imensidão.Insignificante e desamparada... dá vontade de salvar... corro... arranco e planto, num vasinho em meu quarto.
Me sento na janela, à luz de uma vela e veja em minha mesa, a florzinha protegida... quentinha.Rego ela com amor e dou um sorriso sem querer.De ver que estou salvando a pobrezinha da tempestade lá da vida.
Levanto e vou pro meu dia a dia, já que não posso me ixolar com minha querida flor.E passo o dia e respiro fundo, disolado, esperando o tempo passar, pra acabar logo, mas sem lembrar, que logo vai recomeçar.
Passam os dias, e continua ali, egosta naquele meu mundo, fechado pra ninguem me conhecer.E quando um dia vejo, a minha pequena, ela baixa, fraca, quase morta... e vejo, que nada posso fazer.
Lembro que um dia tive coragem de encarar a tempestade, para salva-la da nebulosidade.Olho de novo na janela, parece que o sol vai raiar, respiro fundo, pego minha florzinha e enterro em meu jardim, e dei adeus à esperança.
Me tranquei em meu quarto, frustrado com o que fiz, eu acabei até com a vida da inocente.Desisti de tudo, nem quis saber de nada... me tranquei e me esqueci.
Não quero saber de nada... chega disso tudo...E volto aos dias de olhar pra janela e só ver tempestade.Mas um dia sem querer, vejo uma pequena flor, ali em meu jardim, lá onde enterrei a minha pequena.
Corri sem medo, outra vez, pra ver o que aconteceu... e vi, ela nasceu outra vez.Até pensei em pega-la de volta, mas lembrei, que era lá o lugar dela....Na nebulosidade, ao vento, ao léo... e ví, ela estava viva, ela estava forte, ela estava feliz.
Então percebi, que na verdade nada daquilo que eu vivia era verdade, pois quando olhei pro ceu, ele estava lindo, um sol claro com uma brisa que carrega a paz.Vi que meu medo era de encarar a realidade, que eu não dependia de nada pra ser feliz, que aquilo era o suficiente... que ninguem podia ser reponsavel pela minha felicidade, se não eu mesmo.
E busquei um regador e joguei água sobre a flor, como uma forma de insentivo: VIVA!!!!E hoje rego todas as flores que vejo em meu jardim, meu jardim da vida...Quero que tudo tenha flores, a liberdade, a coragem, a paz, a independencia... tudo que ela tem... sem precisar de nada.
Ai esta o segredo de tudo, viver assim... por mim mesmo... pois ninguem pode ser mais importante do que eu mesmo!!!Somos flores.... flores de casa, flores da rua, flores da vida... flores da lua!!!

(Bruno Cohen - 15.09.2006)

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