quinta-feira, 27 de maio de 2010

075. Tele Visão - 2009

Boa Noite
Estamos começando mais um Tele-Tragédia
Só pra você

Veja na TV
Quanta coisa boa pra se ver
Morreu outro, n´outro dia
Na lagoa e na avenida

A tragédia que nos cerca
Morre dez na marginal
Um que bebe e outro peca
Morrem dez por canal

E na novela das dez
Sexo, traição e dramalhão
Quem fica com a donzela?
Quem matou o canastrão?

Pai mata mãe, mata filho
Que mata primo e mata irmão
Estupra outro, outro dia
Morrem vinte de alegria

Veja que beleza
Bunda e sangue a escorrer
Besteirol e epidemia
A audiencia vai descer

Veja que beleza
Peito, assalto e acidente
Sequestro, assassinato
A desgraça e o presidente

Então ligue a TV
E desligue você
Ou leia um livro bem bonito
Aquele anunciado na TV

Então desligue a TV
E ligue você
Vai cuidar da sua vida
Não viva o que diz ali
Viva Você!

(Bruno Cohen - 23.Maio.2009)

074. Eu queria ser - 2009

Eu queria ser a pomba da paz da sua vida
A bomba atomica que detona seus problemas
Eu queria ser o sangue-suga que suga sua tristeza
O relógio em seu pulso, pra te dar o tempo que mereça

Eu queria ser a canção em seu poema
A poesia nas suas letras de amor
Eu queria ser o perfume da rosa do seu jardim
O jardim que embeleza a sua natureza

Eu queria ser o último raio de sol que ilumina seu dia
O primeiro raio de sol que te desperta e te inebria
Eu queria ser a primeira nota de sua melodia
A lágrima que escorre em seu rosto que chora de alegria

Euqueria ser a borboleta que posa em sua mão
A luz da vela que toca sua face, na escuridão
Como eu queria ser o seu coração pulsante
Para pulsar paz, felicidade, amor e paixão

Eu queria ser o sapato que te protege do frio do chão
A blusa que te abraça e protege seu corpo do ar
Eu queria apenas ser uma gotinha de água
Pra você me tomar e eu entrar em você
Pra entrar em você e você me amar.

(Bruno Cohen - 03.Novembro.2009)

073. Carta de Amor - 2009

Ouça meu bem, essa era pra ser uma carta de amor
Mas os tempos estão duros e nem pude comprar-te uma flor
A coisa anda feia por aqui, e o verso que eu te fiz
Juntei com a carta que vou mandar pra Dona Beatriz

O que eu posso fazer? Não poderemos, nada fazer.
Veja se esqueça a França, nós estamos de mudança.
E vamos para a casa da mamãe novamente viver
E vamos pra casa da mamãe novamente viver.

Desculpe meu amor, mas agora o bicho pegou
Vendi os livros, as roupas e a cama, isso tudo acabou
Devolva os sapatos, a louça fina e o gato, meu amor
Vamos juntar tudo e vender por camida, abrigo e calor

Pois é, esse poema era pra ser diferente
Mas como as coisas não tem andado pra frente
Esqueça o verso, o papel e essa caneta
Só não se esqueça de me ligar ao sair do penhor.

(Bruno Cohen - 22.Novembro.2009)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

072. Poeta do Apocalipse - 2010

Meus amigos, boa noite
Embora o fim esteja próximo
O mundo não se acaba assim
O pior esta por vir

Todos estão a solta
Assaltando sua conta
Enquanto o chão treme
O povo na rua que reme

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Seres mutantes
Gente rastejante
Cobras com asas
Atores sem falas
Mortalhas e cem almas
Sepulturas bem calmas
E a poesia a ruir

Mas vejam meus caros
Rimar é tão fácil
Mesmo embaixo de misseis.
O fim é horrivel
Imprevisivel
Indiscutivel
Irresistivel

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Vão morrendo os pobres
Vão nadando os nobres
Enquanto voam os ricos
Preocupados com os siscos, que estão em seus olhos
Despreocupados com os riscos, diante dos seus olhos.

Mas não é simples assim
O dia que chegar o fim
Você verá na TV
Lá avisará do final
E a gente vai ver
E a gente vai crer
Isso sim é o fim...

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Já dizia o bom Deus
O fim estará próximo
Quando um filho matar um pai.
Qual o nome do rapaz?

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Seres mutantes
Gente rastejante
Cobras com asas
Atores sem falas
Mortalhas e cem almas
Sepulturas bem calmas
E a poesia a ruir

Mas vejam meus caros
Rimar é tão fácil
Mesmo embaixo de misseis.
O fim é horrivel
Imprevisivel
Indiscutivel
Irresistivel

(Bruno Cohen - 13.Março.2010)

071. Gato de Rua - 2010

Tudo bem já passou
O dia em que você me deixou.
Me largou pela rua
Muito longe da sua.
Onde o tempo parou

Hoje estou solto no asfalto
Longe do seu salto
Vagando, vagabundeando
Por onde eu ando
Onde o tempo parou

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Pois sou um gato de rua
Do espaço ou da lua
De onde quer que eu esteja
E com a minha certeza
De que estou no meu passo
E respeite o meu espaço
Não pise onde eu paro
Pois sou da rua, o gato

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Até pareço largado
Com meu pelo molhado
Viro lata de lixo
Busco o luxo pro bicho
Que pra bicho, qualquer lixo tá bom.

Não tenho vergonha na cara
Onde estou ninguém para
Pois se fechar meu caminho
Vê se esquece o carinho
O bicho pegou!

-----

Pois sou um gato de rua
Do espaço ou da lua
De onde quer que eu esteja
E com a minha certeza
De que estou no meu passo
E respeite o meu espaço
Não pise onde eu paro
Pois sou da rua, o gato

-----

Eu não sou violento
Bem, até que eu tento
Mas eu não tenho jeito
Estou sempre na sua

Levanto pata, abano a cauda
Serei sempre um...
Gato de rua
Gato de rua
Gato de rua....

(Bruno Cohen - 12.Março.2010)

070. Soneto para Lys - 2010

Uma flor de Lys vou colocar em minha janela
Para sempre lembrar do meu amor
Que na vastidão da distancia vejo ela
E de seu nome, lembrarei com essa flor

Cada dia parece uma grande tormenta
Sem a presença da minha flor de Lys
Que nessa janela da saudade que aumenta
Se torna cada dia a flor que eu sempre quis

Paresse que a distância esta crescendo
Pois na areia da ampulheta que vai descendo
Sinto o tempo que estou longe dela

Que o tempo seja uma ampulheta invertida
Para que cada segundo sem minha flor em minha vista
Seja um segundo mais próximo para rever ela

(Bruno Cohen - 11.Maio.2010)

069. Quatro Estações em Tortos Versos - 2009

Olho na janela
Vejo lá fora a primavera a passar
O sol fresco que com sua brisa sopra as flores que surgem lindamente
Com seu vento suave que me leva voando como um beija flor para ti

Olho pela janela
O verão passando, com seus raios de luz e esperança
Queria estar lá fora correndo pelo horizonte com seus raios solares
Para que com eles eu possa chegar até você

Vejo na janela
O outono que nasce
Lá fora tudo é lindo, como o começo da vida
Que suas folhas soltas me levem longe, até a sua janela para poder ao menos te ver

Vejo da janela
O inverno tenebroso que chega
Com seu vendaval e frio vejo tudo tão escuro e sombrio
Tudo o que quero e deixar-me levar como uma gota d chuva até o calor de seu peito

Cruzar o céus, como qualquer estação
Viajar pelos sonhos e chegar ao chão
Voar in-sóbrio a tal forte emoção
Inebriar-me insano, sem razão

Para chegar como um por de sol
De raios ultravioletas de sustenido a bemol
Ter de isca a fantasia de em meu anzol
Pescar delirios cegos como sob o lençol

Penetrar nesse devanio infindo
Razurar as letras desse papel tão lindo
Colorir os desenhos desse quadro e rindo
Trancender ao universo que vem vindo

Na lógica incoerente desse verso
Alcançar o ideal dessa canção ao inverso
De quatro estações que me deixa imerso
A fantasia de cruzar o universo

Padronizar meu caminho torto e pronto
Para qualquer paradoxo de qualquer ponto
Dirija-me perdido, quase caindo e tonto
Ao mesmo ponto de que sai o enredo desse conto

Que a primavera seja dita
O verão seja certo
O outono esteja pronto
E o inverno perto

Que todos sentidos desse incerto
Seja rumo ao ponto que mais quero
Ai onde seja seu deleite e terno
Que seja em seu peito o meu leito eterno

Querer-te tanto é meu credo
O que quero
O que sou
Pois tú es o que venero

(Bruno Cohen - 20.Agosto.2009)

068. O sucesso esta no ar - 2009

Seu João com indiferença,
Dizia o querer o mundo conquistar
Que lutava com muita insistencia,
Para algum dia chegar lá

Que o seu sonho estava perto
De o sucesso alcançar
Cantando de boteco em boteco
Estourando de bar em bar

Seu João sem muito esforço
Consegui imaginar
Seu nome nos cartazer
O sucesso esta no ar

Que os ingreços se esgotaram
Todos queriam o primeiro lugar
Pra assistir seu mais novo sucesso
Aquele do seu sonho lograr

Mas que coisa absurda
Não sabe o coitado do João
Que o céu esta nublado
E tem goteira em seu colchão

Que tudo esta na mesma
Que ainda tem muito o que lutar
Que o sucesso em sua vida
Só se for no seu sonhar

João, meu querido
Pense bem no seu pensar
Não fique deitado no céu
Olhando na grama o grilo cantar

Com a cabeça no céu??
Como pode caminhar??
Se o lugar do pé é no chão
E no pescoço a cabeça deve estar

Ai de nós sonhadores
Que não sabemos pensar
Que o chão é aqui em baixo
E do alto é maior o despencar

Ai, mas que desgraça
Como é bom esse mundo lunar
Mas que coisa mas sem graça
Voltar ao chão e caminhar

Eh João, poe o pé no chão
Poe a viola nas costas e vai lutar
Pra chegar nas nuvés
Tem muito tombo pra levar

Meu João esta sonhando
Meu João esta voando
Meu João esta pensando
Que sonhos vou plantar...? No chão!!

(Bruno Cohen - 26.Maio.2009)
(Esta na verdade é outra letra para a melodia que compus para o verso abaixo: Com a cabeça no céu e os pés na cabeça).

067. Com a cabeça no céu e os pés na cabeça - 2009

De que adianta andar com a cabeça nas nuvens se os pés tem que ficar no chão
Se o caminho é em frente, porque queremos ir levitando?
Se a casa é de pedra, sonhamos com ouro
E o caminho de casa que é simples, e queremos outro

O preço é tão alto, se pensamos com o coração
Se temos uma casa e queremos um castelo
Se a cama é de viúva e sonhamos com a King Size
Sempre sonhamos, mas por ele nada de faz.

Só porque queremos o sucesso e somos amadores, devemos sonhar
Só porque somos uma pedaço de vida, queremos eternizar
Só porque estamos lutando, esperamos ganhar
Só porque estamos sonhamos, temos que pisar no chão e pra realidade voltar

Se o que queremos é sonhos, não se pode desistir
Mas se a tentativa é um sonho, não devemos nos iludir
Se pensar não tem preço, devemos sonhar
Mas sonhar tem um preço. Ter que voltar a andar

Somos simples seres tentantes!!!
Eu sigo sempre adiante!!!
Mas com cautela no calcanhar
Galgando degrau por degrau, andar por andar

Um dia chegamos lá
Mas sem parar de andar
Pé no chão e cabeça no lugar
Um dia chegamos lá

Já que não podemos andar com a cabeça nas núvens
O pé no chão e pisar na própria cabeça
Só para chagar lá
Só para chegar...

(Bruno Cohen - 26.Maio.2009)

066. Juliette (Conto) - 2009


1.

No radio soava La Foule na voz da divina Edith Piaff enquanto José fumava seu ultimo cigarro em sua cama, já pronto para mais uma noite normal de sono, compre sempre foi em toda sua vida. Mas não imaginava que nessa noite ele estava prestes a encontrar algo que sempre sonhou, mas não sabia desse sonho escondido em seu coração. Aos 28 anos, um rapaz feito na vida, um bom advogado. Não lhe faltava nada na vida, nem mesmo dignidade ou amizades, mas se sentia vazio quando via que quase todo mês ele era convidado a um casamento de algum de seus amigos. Como é possível, todos na mesma faixa de idade, e ele o único solteiro? Parecia as vezes que Deus implicava com ele e lhe privava de um grande amor. Porque isso?
Ele se levantou da cama ao final da música, que terminou justamente com seu cigarro e ao CD que soava, justamente La Foule era a ultima canção. Desligou o rádio, foi ao banheiro fazer um xixi, para não sentir vontade durante a noite. Deixou a luz acesa no banheiro e foi fechar a janela, porque chovia muito lá fora. E dirigiu-se a sua cama, apagou a luz de sua cabeceira e encostou sua cabeça no travesseiro com olhos para o teto, ainda abertos. Aos poucos eles foram fechando e José caia no sono, sem dificuldade. De repente um trovão lá fora lhe desperta desse rápido cochilo de nem um minuto. E a luz do banheiro se apaga. Com certeza algum poste de eletricidade que foi atingido. Ele se virou, abraçou o lençol, fechou seus olhos e voltou ao seu sono.
Ele ainda meio desperto com seus olhos fechados, parecia que via luzes suaves que iam mudando de cores pouco a pouco e meio incomodado a essa situação abriu rapidamente os olhos e fechou. E em sua cabeça continuava soando La Foule, quando por fim conseguiu pegar no sono.
Despertou por volta das 6 da manhã muito agitado, com um ar meio tenso. Levantou-se, foi ao banheiro que já estava com sua luz acesa, que seguramente o poste foi consertado, por isso voltou a luz. Ele fez seu xixi matinal, apagou a luz do banheiro e foi para a cozinha. Meio avoado sentou-se na cadeira da cozinha, acendeu um cigarro, fumou ele inteiro, abriu a geladeira que tinha apenas uma garrafa de leite, colocou o que sobrava num copo e tomou num gole. Foi ao seu escritório, dentro de sua própria casa. Pegou um papel e uma caneta, e fez uns rabiscos amadores, com a forma de uma garota com longos vestidos, como uma dançarina de Can Can, em baixo escreveu “Juliette”. Largou a caneta. Foi tomar um banho, afinal tinha que ir trabalhar, tinha pouco menos de uma hora para chegar lá, mas por sorte era próximo de sua casa.
Passou todo o dia muito calado, um pouco pensativo, como se alguém tivesse morrido. Estava incomum, afinal ele sempre foi um rapaz muito ativo, conversador, era o palhaço da turma do escritório. Mas esse dia, pela segunda vez, desde que seu pai faleceu, ele se portava assim. As pessoas perguntavam o que ele tinha, e apenas dizia que não teve uma boa noite de sono, apesar de ter dormido por sete horas seguidas sem interrupções. Mas ainda assim ele alegava isso, afinal não seria possível explicar a experiência que viveu nessa noite, em um sonho.


2.

Já eram quase 11 da noite. José terminará de comer faziam poucos minutos, ele dirigiu-se a seu quarto, ligou o som e colocou outra vez seu CD de músicas francesas, e colocou no final do disco para ouvir suas músicas preferidas, Heir Encore de Charles Aznavour e outra vez Edith Piaff. Tentando acreditar que poderia ter outra vez uma noite como a anterior, mesmo sabendo que seria algo impossível, não escolhemos nossos sonhos, se pudéssemos, dormiríamos a vida todo, para viver de sonhos.
Deitou-se para escutar a música e ao final fala baixinho para si:
- Juliette.
E mal terminou a música, ele já estava dormindo, sem ao menos ter feito o xixi que sempre faz. Como se ele fosse buscado por alguma força maior a esse sono. E dormiu outra vez até as seis da manhã, e acordou como na manhã anterior, sem despertador, sem nada.
Ele se levantou com um ar assustado, foi ao banheiro para lavar o rosto. Olhou-se no espelho, viu-se com um rosto frio e triste. Ficou olhando-se por quase um minuto. Ao final sorriu, como quem despertou da melhor noite de sua vida. Parecia que um feitiço foi jogado. De um instante para o outro, como uma pessoa poderia mudar tanto. Ele foi para a cozinha, cheio de disposição, preparou um café da manhã, pegou o saco de pãos, manteiga, frios, leite, preparou até um café. Sentou-se para comer e disse ao léo:
- Bom dia, meu amor. Bom dia!
E comeu como um príncipe, parecia um morto de fome, que não via um prato de comida há dias. Levantou-se da mesa, deixou tudo ali. Foi preparar-se para trabalhar, era sexta feira, o que não era um grande pretexto para ele estar feliz, afinal, com todos seus amigos e primos se casando, ele se via cada fim de semana mais sozinho, trabalhar era um consolo para seus dias de homem solteiro.
Chegou ao trabalho radiante, cumprimentou a todos. Miguel seu melhor amigo em seu trabalho, que recentemente se casou com Sonia, a consultora de finanças do escritório, chegou para ele:
- Hum, to gostando de ver. Que passarinho te mordeu, rapaz? Parece até que viu passarinho colorido!
- Pois é. – Disse José, dando leves risadas. – Passarinho vermelho.
- Espera ai, você pode ir me contando essa história! Oras, somos ou não somos amigos? Não admito segredos.
- Miguel! – Diz José perdendo o sorriso que estava em seu rosto. – Tive uma noite mas tranqüila. Deu para descansar bem.
- Hum, danado, quem foi a passarinha vermelha?
- Ninguém não, Miguel. Não foi ninguém.
José se dirige a sua sala antes que Miguel siga falando com ele. Quase uma tortura ao ver que vivia um felicidade irreal. Aos poucos, no decorrer do dia José foi caindo na real. Ele estava apenas sonhando. Sua vida era a mesma desde que Simone lhe deixou. Sem nada de novo. Apenas esses sonhos loucos.
José chegou em sua casa após seu ultimo dia de trabalho da semana. Sentou-se no sofá da sala pensativo. Abriu uma garrafa de vinho e tomou sozinho.
Quase meia noite, ninguém ligará para ele com algum convite para sair a noite. Ele viu que o tempo estava passando, as coisas já não eram mais como antes. Como era possível em coisas de três anos tudo mudar tão radicalmente em sua. Parecia que a vida era corrida, e ele estava sendo deixado para trás por todos. José deitou-se no sofá com os olhos para o teto e falou sozinho:
- Juliette! – E riu. Ele levantou-se, ligou o som da sala e colocou um CD de Caetano Veloso, preferindo evitar invocar novamente aqueles sonhos loucos. E ali ficou por quase uma hora, quando terminou o disco. Ele foi tomar uma ducha para deitar-se, afinal no sábado ele deveria visitar sua mãe que desde que se tornou viúva, fez-se dependente de seus filhos que sempre passavam o final de semana com ela.
Deitou-se na cama a cantarolar La Foule. Quando se deu conta automaticamente se interronpeu. Não queria viver uma fantasia. E mantinha-se com os olhos abertos como quem não tem sono, mas apenas fugindo dele. Parecia temer sonhar novamente com Juliette. Uma pessoa que sequer existe.


3.

Não seu nem dez minutos, ele já estava embalado em mais uma noite se sono e sonhos. Nesse sonho ele parecia estar num jardim, lugar muito diferente dos outros dois sonhos que teve. Ele se deita na grama e sente gotas de chuva em seu rosto que começavam a cair. Ele colocou sua mão sobre o rosto para que não caia em seus olhos e ali continuava. Via que ao seu redor as pessoas continuavam a caminhar como se nada passasse. Via casais que caminhavam abraçados, os homens com seus casacos largos cobriam as cabeças de suas parceiras enquanto se ensopavam de chuva. E ele se via sozinho, tanto espaço, tanta coisa ao seu redor, e ele sozinho, parecia que uma solidão tomava conta de seu peito, até que um véu vermelho lhe cobriu a cabeça. Ele esfregou os olhos para sair a água que lhe escorria pelo rosto e viu dois olhos verdes como água, cabelos loiros quase castanhos molhados que caiam em sua direção. Não era possível! Era ela novamente.
Ela deitou-se ao seu lado com o véu cobrindo suas cabeças. Seus olhos muito próximos. Ela olhava seus olhos de maneira muito profunda. Ele jamais tinha visto um olhar daqueles, nem de Simone que fora seu maior amor. Parecia que esses olhos grandes e verdes lhe roubavam a alma, ele se sentia impotente a qualquer gesta, ato ou palavra. Ele se mantinha calado, hipnotizado.
- Você não esta sozinho. Você tem a mim, meu amor! – Disse ela. E ele se mantinha calado, não sabia o que dizer. Ele já se dava conta que estava em mais um sonho. – Venha comigo. Eu te quero para sempre. – Longo silêncio. – Fica comigo!
- É impossível, Juliette. É impossível.
- Nada é impossível. Basta você querer. – Ele virou os olhos calado. Ela lhe tocou a face delicadamente e lhe fez carinho. Fechou seus olhos com os dedos e tocou seus lábios com os seus.
- Fica comigo, meu amor!
- Você é um sonho! – Indagou José virando o rosto ao lado oposto. E tudo se manteve em silencio e ele virou o rosto e viu aquela imagem linda. Parecia um desenho, uma pintura. Jamais havia visto imagem tão bela ante seus olhos.
- Eu não sou um sonho. – Silencio. – Eu existo.
- Não! Você não existe.
- Você não esta me vendo? – Diz ela com olhos tristes, como quem esta sendo abandonada.
- Te vejo! Mas eu estou sonhando. Você é um sonho. – Ele fixa os olhos em seu olhar triste. – Você é um sonho. Porque você esta fazendo isso comigo?
- Eu existo, eu estou aqui! Estou dentro de você. Não mulher de estar apenas perto de quem amo. Quero estar mais que junto, quero estar dentro de você!
- Não faça isso comigo. Minha vida não é aqui. Minha vida esta lá fora, em meu trabalho, minha família, meus amigos.
- Eu sei, eu sei, meu amor... mas não podia mas te ver triste e sozinho como tenho visto ultimamente. Então vim te encontrar, te cuidar. Quero te fazer feliz.
- Mas isso não existe. Não é possível. É impossível!
Ouve-se um trovão muito alto. José tira o véu de sua cabeça para ver o céu, quando vê que esta tudo escuro. Um trovão lhe havia despertado. Já eram cinco horas da manhã e amanhacia outro dia de chuva. Ele olhou para o lado e viu-se sozinho. De volta a sua realidade. Era realmente impossível.


4.

José como de costume foi desde o falecimento de seu pai, foi visitar sua mãe. Teve um sábado comum como os outros. Já menos perturbado com o sonho. Parecia que se conformará com o fato de estar vivendo uma vida paralela, onde os dias duram pouco mais de 6 horas.
E José seguiu por muitas noites apenas desfrutando dessa paixão irreal. Se sentia até mais feliz depois de uma semana, como se estivesse realmente namorando. Algumas pessoas até já sabiam de Juliette, mas apenas como uma namorada que trabalha muito e todo final de semana tem que viajar a trabalho, por isso ainda não fora apresentado a todos. Afinal não deixava de ser verdade. Todos os dias ela viajava a sua noite, a seu encontro, de algum lugar que nem ele imaginava onde era. Mas sabia que sempre ela vinha. Sempre ela estaria lá, para ele não sentir-se sozinho.
Já passará mais de um mês desde que começaram esses sonhos em suas noites. Ele como de costume desde que se confirmará a esse amor, colocava seu CD e escutava e se deixava embalar pela voz de Edith Piaff. Numa noite ele dorme por fim. E em seu sonho Juliette não estava. Ele se procurava, passará por todos lugares que seu sonho lhe permitia. Parou diante de uma arvore e ali em cima estava ela sentada com uma roupa de bailarina de Can Can e como jamais havia passado, ele escutava Milord de Edith Piaff, uma canção feliz com clima de Cabaret. Mas ao contrario da canção ela não estava triste, chorava. E José apenas olhava para cima. Ela lhe disse:
- Adeus!
José se espantará!
- Como assim? Porque adeus?
- Não posso mas vir te ver.
- Mas porque? Porque isso? Depois de tanto tempo!
Ela descia da arvore escorrendo como se fora água de chuva descendo pelos galhos. Ela termina de escorrer e termina deitada no chão e ele se agacha tentando acudi-la.
- Porque? – Disse ele com os olhos marejados.
- É impossível!
- Mas como? Estamos tão bem, há mais de um mês juntos. Eu te amo.
- Mas não é mais possível seguir assim.
- Isso é um sonho. Tudo é possível! Nada é impossível em sonhos.
- Mas você não é sonho. Você é vida! – Disse ela com os olhos cheios de lagrima. – Você não pode mais viver assim.
- Não me abandone! – Disse ele em desespero.
Juliette se levanta e começa a caminhar. Ele pega sua mão e seguem juntos sem rumo. Ele tremia, temendo que essa fosse a ultima noite com seu grande amor.
- Isso é um sonho, tudo é possível. Inclusive você não me abandonar! – Disse ele com vos chorosa.
- Mas não podemos escolher em que vamos sonhar. E acabou. Esse sonho acabou. No próximo pode ser que você seja o super homem, uma aranha, uma ave... não sei. Só sei que não será mais meu José.
Ele se mantem calado. Eles param em cima de uma pedra no alto de uma linda paisagem de natureza, uma cachoeira ao fundo. Pássaros que voam em direção a água, tomam um pouco e alçam novamente vôo rumo ao céu. Um vento sopra sobre as roupas de Juliette que lhe dão a impressão de que esta voando. E ele sente que seu braço esta esticando e ela se distanciando. Quando ele se dá conta ela esta acima do chão, levitando e começa a ir em direção ao horizonte à aquela paisagem linda até suas mãos se soltarem uma da outra. Ele começa a chorar como uma criança em desespero e ela cochicha de longe.
- Vem, meu amor, vem comigo! Você ainda esta sonhando. Aproveite e voe comigo pela ultima vez.
Ele foi em direção ao horizonte, abriu seus abraço e como um manto o vento sopra seus braço que lhe eleva em direção a ela. Ele estava voando.
- Isso, meu amor. Agora estamos juntos para sempre.
Com medo da altura ele pegou a mão dela e lhe abriu um sorriso.
- Quem me dera, minha vida.
- Estamos juntos, para sempre. Salte, salta, voe, voe... – Dizia ela quase cochichando. E ele aos poucos solta a mãe de Juliette e percebe que começa a perder altura, caindo em direção a um rio. Ele fecha os olhos e só escuta. – Salte, meu amor, voe!


5.

José abre os olhos e apenas vê que esta caindo no chão.
José estava na calçada de sua rua. Saltará do oitavo andar de seu edifício, ao encontro de sua amada, para sempre.
E assim foi.


(Bruno Cohen - 29.Janeiro.2009)

065. Doralice do Bordel - 2009

Boa Noite Doralice
Outra noite vai nascer
Numa rua do Arouche
Poe a roupa pra vender

Saia curta, salto alto
Top estreito, um chapéu
Maquiagem exagerada
Um sorriso e um role

---

Madame, mademoiselle
Porque fazer assim?
Essa pose, essa noite
Toda noite não tem fim

Princesa, princesinha
Pra que esse caminho?
Tira o top e poe terninho
Pro inferninho esquecer

---

Doralice sem escolha
Já pensou em desistir
Tirar o top e pôr terninho
Pôr o salto pra descer

Fecha a porta do armário
Paga a conta do hotel
Mas no quinto dia útil
Quem é que paga o aluguel?

---

Doralice, madame
Doralice, mademoiselle
Doralice, princesinha
Doralice do Bordel

(Bruno Cohen - 16.Março.2009)

En Castellano

Buenas noches Doralice
Otra noche esta a nascer
En una calle de Palermo
Pone la ropa para vender

Mini falda, zapato alto
Remera corta, un sombrero
Maquilage exagerada
Una sonrisa, un paseo

---

Madame, mademoiselle
Porque haces asi?
Ese laburo por la noche
Toda noche es sin fin

Princesa, princesita
Para que ese camino
La mini falta cambie por vestido
Y de ese laburo de olvodes

---

Doralice, que hacer?
Ya pienso en desistir
Cambiar la mini falda por vestido
Y una nueva vida elijir

Cerra las puertas del armario
Quita la cuenta del hotel
Pero en el quinto dia util
Quien es que paga el alquiler?

---

Doralice, madame
Doralice, mademoiselle
Doralice, princesita
Doralice del Bordel

(Bruno Cohen - 16.Março.2009)

064. Aquilo Tudo - 2009

Ai que saudade
Daquele abraço
Daqueles beijos
Daquele tempo
Que nunca existiu

Como eu quero
Aquele abraço
Aquele beijo
Aqueles amigos
Tudo o que nunca existiu

Aquela viagem
Aquela aventura
Tudo o que tempo não cura
Tudo aquilo que sonhei

---

Ah que saudades
Daquele castelo
Daquele abrigo
Daquilo que preciso
Que nunca existiu

Como eu quero
Aquele castelo
Aquele abrigo
Aquilo que deliro
Mas que nunca existiu

Aquela viagem
Aquela aventura
Tudo o que tempo não cura
Tudo aquilo que sonhei

---

Ah que saudades
Daquele inverno
Daquele inferno
Daquilo que eu queria
Que nunca existiu

Como eu quero
Aquele inverno
Aquele inferno
Aquilo que me martelo
E que nunca existiu

Aquela viagem
Aquela aventura
Tudo o que tempo não cura
Tudo aquilo que sonhei

---

Ah que saudades
Daquele delírio
Daquilo que eu cego
Daquilo que tenho
Que nunca existiu

Como eu quero
Aquele delírio
Aquela visão
Aquilo que eu achava...
Que nunca existiu

Aquela loucura
Aquela aventura
Viver o que o tempo muda
Viver aquilo que ainda existe
Mas cade? Basta ver...

(Bruno Cohen - 23.Março.2009)

063. Aquela Valsa - 2009

Num baile cheguei ao seu lado
Te pedi uma dança comigo
Queria é sentir os seus lábios
Mas suas mãos já me fazem feliz

Senti-las suaves nas minhas
Num baile que não pode ter fim
Pois nas últimas notas da valsa
Será um último respiro pra mim

Será que será apenas essa valsa?
Tudo o que vou viver contigo?
Mas em meus sonhos sempre serás,
Serás o meu sonho até o fim

---

E foi num sonho louco
Um sonho muito doce
Daqueles sem controle
O sonho em que você voltou

Uma noite de aventura
Aquela noite cara dura
Naquele baile de formatura
Aquele baile que passou

E foi naquele dia
Em que a valsa me fazia
E a banda reproduzia
Nossa trilha de amor

Foi uma loucura
Meu coração que me tortura
Uma paixão que me segura
Sonhando com você, minha flor

Foi naquela valsa
Um amor além das calças
Uma paixão que me descalça
E me ajoelha ante de tí

Mas que aventura
Isso é o que me preocupa
Em meu peito que tortura
Essa lembrança sem fim

Meus tempos dourados
Em meu ser condenado
Pelo amor esperado
Que não quer a mim

Essa viagem que eu quero
A paixão que eu espero
Que me trava e eu me levo
Que me deixa assim

---

Um dia serás minha
Um dia que chega ao fim
Um dia queridinha
Um dia só pra mim

Um dia que me aceitará
Um dia bom assim
Um dia de alegria
Alegrias tim tim por tim tim

(Bruno Cohen - 19.Março.2009)

062. Renascer - 2009

Bom dia
A cada dia
Renascer da vida
Bom dia

A vida remeça
A cada renascer
E tudo se re nova
Quando o sol re surge

Bom dia
A cada luz
Renascer da vida
Bom dia

A fauna que renasce
A flora se recria
O homem se renova
E a mulher rebrilha

Bom dia
A cada esperança
Renascer da vida
Bom dia

E tudo gira numa grande dança
Ao renascer do dia
E tudo dança numa grande roda
Renascer da voda, a alegria

Bom dia!
Bom dia!

(Bruno Cohen - 19.Março.2009)

061. Meu amor, porque? - 2009

Meu amor,
Cadê o buquet de rosas?
Onde esta o seu querer?
Porque nem chocolates...
Eu ganho de você?

Meu amor,
Cadê aquela ternura?
Onde esta aquela paixão?
Porque estamos assim?
Tão londe eu e você?

Meu amor,
Cadê o romantismo?
Onde esta toda a loucura?
Porque tanta amargura?
Tanta frieza em você?

Meu amor,
Cadê? Onde? Porque?
O que esta acontecendo?
Eu ainda amo você.
Me dia porque.

Será que foi porque eu deixei você?

(Bruno Cohen - 17.Março.2009)

060. Ampulheta - 2009

Cai areia, areia cai
Cai não para, areia cai

Qual a marca da ampulheta?
Na ampulheta areia cai
Qual a hora na ampulheta
Meia hora a areia cai

Cai areia, areia cai
Cai que horas, areia cai

Cai areia, areia cai
Cai agora, areia cai

Quando acaba vire a hora
Pra outra vez, areia cai
Enquanto o tempo está na gente
Como areia a gente cai

Cai areia, areia cai
Cai no tempo, areia cai

Ah, veja a hora no relógio
Vê se acerte essa hora
Porque o tempo voa alheio
Enquanto voa ligeiro, a areia cai
Areia cai, areia cai

Ah, deixe o tempo para o tempo
Se acerte nessa hora
Vê se esqueça, jogue ao vento
Se não a vida com tempo vai
Areai cai, areia cai

Cai areia, areia cai
Cai areia, o tempo vai
Cai areia, no vento vai
Cai areia, areia cai
Areia cai, areia cai

(Bruno Cohen - 07.Maio.2009)

059. Baião sobre um tema de José - 2009

Ele ia trabalhar todo dia
Ele ia com a marmita a mão
Ele ia cuidar da massa corrida
Ela ia botar pedra no chão

Ele ia ganhar o pão nosso de cada dia
Ele ia tomar café com pão
Ele ia ajudar a Dona Maria
Ele ia cuidar do seu filho João

Pobre José

Fica na obra até altas horas
Sem nem uma hora de folga
Trabalha sem descanso até as dez
Trabalha louco
Não tem trégua, não tem sono
Não tem regra
Pois às cinco já esta de pé

Pobre José

Mas até que n'outro dia
Sai mais tarde, pobre José
Chegou na obra quase meio dia
Voltou pra casa antes das dez

Dona Maria ficou enlouquecida
Emputecida lhe deu o pé
Ficou na rua da amargura esquecida
Ficou na mão o pobre José

Pobre José

Esta na rua sem abrigo
Sem comida, sem dinheiro
Como pode se virar?
Esta fodido e sem emprego
Sem família, não tem jeito
O pouco que lhe resta
Serve só pra embriagar

Pobre José

Ele acordou às cinco horas
Não tinha teto onde ele esta
Não tinha comida, nem emprego
Não vendia esperança nesse lugar

José não tinha alegria
Nem força de vontade pra lutar
Saiu sozinho pela rua
Tomando e tomando de bar em bar

Pobre José

Pela rua do aterro
Pobre e triste sem dinheiro
Decidiu um fim botar
Tomou tudo o que podia
Gastou tudo, inclusive o que não tinha
Se embriagou pra se enganar

E se jogou ao Deus dará
Foi lá na obra visitar o seu antigo dia a dia
Subiu tudo e foi lá em cima
E em se pôs para voar

Pobre José

Pobre alma adoecida
Sem força e sem vontade
Acabou-se ali no chão
Enquanto Dona Maria, se vendia todo dia
Pra sustentar, pobre João

E não sabia que o que ao pobre José fizerá
Colocou lhe uma pedra em seu pescoço pra pular
Agora já é tarde, só com uma missa e uma prece é onde ela pode ajudar

Pobre José

Pobre alma esquecida, forá apenas mais um desses tantos Josés a se acabar
Mas não se esqueça, que o teto que te cobre, foi José que preparou
Não feche os olhos pro José, pro João, paras os Silvas, que um dia dai do seu piso se jogou

Pobre José

(Bruno Cohen - 27.Fevereiro.2009)

058. Léros e Léros - 2009

Fala que fala, mas só por falar
No fim das contas não conta nada
Não dá conta da fala
Enrola e não rola
Não dá pra aguentar

Eu penso num passo
Que em passo apressado
Não posso falar
Mas penso que falo
No passo apressado
Que de tão forte o passo
Não se pode escutar

Enrola nos leros
De leros e boleros
Inverto os versos
Pra de laios e raios
Embolando enrolando
Não falo de nada
Mas tolero seu lero
Não ouço, não quero
Não dá pra aguentar

Fecho a boca e os ouvidos
Num grito sem grilo
Não berro, não rio
Me calo e no talo
No ultimo gole do gargalo
Levanto e escapo
Num pulo de gato
Porque esse papo furado
Ah, não dá pra aguentar

Fujo mesmo
Pois mesmo isso mesmo
Tudo o que ouço e penso
Não digo, não leio
Porque tudo o que vejo
Ah, me faz vomitar!!!

(Bruno Cohen - 11.Fevereiro.2009)

057. A Mochila da Emily - 2008

Os grilos estão gritando
No meio da sala de jantar
Emily com sua mochila
Hendrix você pode esperar

Não saia dai, ta?
Não vá se perder por ai
Ela não vai sair
Ela vai voltar

Meu Deus, vou te falar
Conheci uma menina
Não é facil explicar

Ela leva uma mochila
Preta, escura
Com um ar de coisa pura
Mas com mistérios pra danar

Tem disco velho
Uma vitrola
Casco de cavalo
Uma bigorna
Tem até tamanduá

Tem um contrato
Assinado com o diabo
Bota medo
Dá um estalo
Dá até pra assustar

Tem um Mutante
Disco do The Who
Um velho amante
Muito belo e estonteante
Basta só se embebedar

Vou falar o que dessa menina?
Emily e sua muchilinha
Andando por ai tão bonitinha
Mas causa medo até no Ali Babá

Mas não precisa ter mais medo
Quando ela fala não tem jeito
Tanta zueira, tanto trejeito
Você vai se encantar

Agora é melhor você ir embora
Emily vai pra história
Contar seus casos, suas vitórias
Que nunca, nunca vai se acabar!!

(Bruno Cohen - 31.Janeiro.2008)

056. Noche Porteña - 2007

As luzes raiam entre as curtinas da minha janela
Abro ela
As pessoas vagam lado a lado, a seu rumo, a seu lugar

Entre carros e ruas, estâo tâo belas, a lua dela, as estrelas
Em seu lugar
Passo a passo pelas vielas, da janela, canta Gardel, la luna en su lugar

Todas ruas em que se passa, como qualquer lugar vê-se casas e prédios
Como comuns a tédio
Mas a cada passo que se segue tâo belo se torna o simples fato de estar a cá

Tudo tâo terno, simples e moderno, à luz a luz, torna-se crua
Nua aos olhos de se olhar
De ver as luzes de las ruas, tudo muda, vê-se pura, a dura noche d`outro lugar

Mi tierra és muy bela, mas da janela, nesta noite, é tâo linda...
Tâo linda de se olhar
Fecho os olhos e durmo a la porteña amanhâ en la plaza, miro tudo, que posso nunca mais mirar

Mas vale olhar pela janela, o que se espera, o espelho do que eu vi
Lembrar das noches porteñas
Lembrar que um dia estive aqui, que saudades daqui, de saudades daí!

(Bruno Cohen - 29.Dezembro.2007)

055. Cleptomaniaco - 2007

Como vou viver sem um joguinho pra roubar?
Se o que eu gosto mesmo é de aos outros desfalcar
O que posso fazer se o meu hobbie é golpear?
Ver o que é dos outros e de malandro saquear

Você é meu amigo, sai daqui pra não dançar
Pois agora a minha onda é dar golpes, faturar
Você meu companheiro, ouça bem, preste atenção
Me ajude pois agora vou faquear na eleição

Eu roubo tudo
Roubo burro

Roubo muro
Roubo carro
E alicate

Caneta de banqueiro
Barco chique
Violão de mariache

Roubo tudo o que vejo
O que posso e não posso

Guidão de bicicleta
Bengala de velha
Pirulito de menino pobre

Vou roubando até o fim
Até já não poder mais

Me dê a sua mão
Braço, carteira, barba, cabelo e bigode

Eu quero mais
Mê dê um pouco de sua paz
O que mais?
Eu quero mais

O que posso fazer se tenho tal inspiração?
Saber ser picareta, salafrário e ladrão
Não tenho culpa alguma, eu só curto aprontar
Ser um sete um, pra de um a um, seu um, ou um a mais

Não seja inconveniênte, colabore com o rapaz
Esse em sua frente, falando apenas a verdade
Eu podia estar matando, sequestrando ou etuprando
Mas amigo, meu malandro, mãos ao alto, estou roubando

(14.Agosto.2007 - Bruno Cohen)

054. Cegueira - 2007

Não ama, não sabe o que faz
Não ama, não sabe o que fala
Não sabe, nem quer ser capaz
Não conta, bem sabe o que cala

Se olha no espelho, não vê o que é
Não sonha, nem sabe voar
Se esconde, não sabe o que quer
Se encontra, e se esconde ao calar

Temendo o medo, se esquiva do espelho
Psicótico, que cobre a vista
Não ama, não que analista
Se bate, se odeia com olhos vermelhos
Silêncio!
Vai fundo cedendo
E vai se calar

(22.Agosto.2007 - Bruno Cohen)

053. To Be Brasileiro - 2007

Eu vou contar uma coisa
Queria ver o mar
Conhecer o Brasil inteiro
Mas meu dinheiro não dá

Queria ver um coqueiro
Qualquer terra que não seja a de cá
Daqui eu seria o primeiro
De tão triste nem posso falar

Me orgulho em ser Brasileiro
Nem posso me expressar
Não que eu não queiro, primeiro
Não sei o bê a bá

------

Falar-lhe-ei de uma coisa
Cansei de tanto viajar
Já conheci o Brasil inteiro
Já que eu posso pagar

Não vivo sem meu dinheiro
Mas preciso renda justificar
Então viajo o mundo inteiro
E alegro ir pra trabalhar

Não queria ser Brasileiro
Nem posso expressar
Esse povo tão maloqueira
Me dá mal estar

-------

Eu vou falar uma coisa
Cansei de viajar
Nas idéias desse formigueiro
Dizendo, vamos mudar

Ver esse horror do dinheiro
Dar tanto pra falar
Tem uns que sabem do cruzeiro
Pois foi real o seu faltar

Que pena ver Brasileiro
Sem escrever, comer, nem falar
Que pena ver Brasielro
Gastar por gastar

(Bruno Cohen - 28. Julho.2007)

052. Pelléas et Mélisande - 2007

Ao alvorecer de uma tarde
Duas almas plenas vagavam
Num mar de emoções que arde
Eis que ambos casavam

No ar de cada dia há um doce fragor
Que a cada instante luzia a canção
Tudo perecia plena alegria e amor
Que nada padeceria tão emoção.

No correr de mais uma dia
Mélisande num lago deleitava
Em gozo de tanto frio e alegria
Ali perdia o elo dela e quem amava

Seu marido perturbado rugia
A falta da aliança de Melisande
Como se o elo fosse vidro e se romperia
Escurecendo seu sol, sua rua, seus Andes

Pelléas cunhado e amigo
Dá sua ajuda, indo a caça do anel
Mas luzirá um fogo, qual de um amor antigo
Dispondo o a brasa, a água subia ao céu

No ardor de circunstancia
O traído descobrirá o fato
Calou-se ante tal instancia
E despacha o irmão no ato

Queimando a dor que os distanciaria
No breu de uma madrugada
Um adeus qual vaso quebraria
Uma cabeça ao cair de uma sacada

No devaneio dessa amargura
Surgirá o marido ardido de ódio que aguardava
E no ato, sem medida nem largura
Friamente trai o elo da família, e Pelléas se acava

A dor que trazia em seu peito
Melisande, se guardava e se matava
Que tudo o que deixava no seu leito
É um fruto do amor real que rolava

E pra calar tal agonia
Nada traz alegria, nem razão
Pois pra arrenpender-se, era hora tardia
Nada explica tal atitude e reação

Um filho sem mãe nem pai
Matar um amor assim, é um crime sem suborno
Uma vida assim se esvai
Só podia ter sido um corno.

(Bruno Cohen – 04.Julho.2007)

Qualquer semelhança dessa obra com a ópera "Pelléas et Mélisande" de Claude Debussy é totalmente proposital, constando aqui, que trata-se de uma sátira. Tudo bem, de muito mal gosto, mas quer saber? Foda-se... é corno mesmo. Quem nunca foi que dê a primeira chifrada.

051. O Dia do Acadêmico - 2007

Puxe, puxe, meu amor
Puxe o ferro, seja bombado
Como pode-se viver assim?
Sem ser um amor bem marombado?

Cada hora em meu espelho
Vejo o belo, o esbelto, o meu ego
Olha bem as minhas formas, tão perfeito
Se não vê é porque esta cego

Não quero essa vida ociosa
Sem cinemas, sem leituras, sem poemas
Nada de garotas preguiçosas
Atitude, balada e bomba, são meus lemas

De que vale ser um génio?
De que vale ser um ph?
Se não posso me sentir belo?
Se não sou de arrasar?

Não me importa mais nada
O meu mundo é o meu eu
Quem não quer saber de mim
Vai embora, se fudeu

Minha cabeça é boa, isso é o que importa
Hoje eu já sei tudo o que me interessa
O resto deixo atrás da porta
Por isso largo tudo, vou malhar, vou nessa, vou embora!!!

Não posso perder um dia
Cada minuto é sagradissimo
Esse é o segredo da minha alegria
Ser um macho bombadissimo

(Bruno Cohen - 04.Julho.2007)

Desculpe-me pela profundidade desse lindo poema, trata-se uma homenagem singela aos nossos queridos ratos de acadêmia, àqueles que acham que o corpo é mais importante que a cabeça, pois sem ele, não teria onde coloca-la.

050. Orgulho Mata - 2007

Orgulho mata, mãe
Orgulho mata, êo
Orgulho mata aquela menina que o orgulho matou

Finge que foi brincadeira
Finge que foi ilusão
Vê se engana a sí mesma
Levanta a poeira e sacode do chão

Dê um sorriso forçado
Olha pro lado e não volta mais não

Ê menino valente, menino de bom coração
Não chorava por nada do mundo, até que seu mundo acabou
Esse ai não tem jeito, esse não tem solução
Agora sentado no escuro, bolando seu plano de ação
Tem uma faca na mesa, agora uma faca na mão
Imagina menino e menina no mesmo caixão

(Bruno Cohen e Mayra de Castro - 2007)

049. A Velha - 2007

A verdade é que eu
Eu vendo doce
Doce pra uma velha bem estranha
Que ganha grana, sem trabalhar

Parece mágica
Mas não é
Parece dócil
Mas não é

Todos os dias olho ela da janela
Em sua cama
A resmungar pro seu travesseiro
Que tanto trabalho vai lhe cansar

Parece obvio
Mas não é
Parece bruxa
Mas não é

O negócio é que sempre esta em sua luta
Lutando astuta
Pra ninguém lhe entregar

Que o buraco fica mais embaixo
E que não é fácil
Ganhar grana como ar

Mas como é? Como é? Como é?

A verdade é que eu
Eu vendo doce
Doce pra uma velha bem estranha
Que ganha grana, sem trabalhar

Parece doce
Mas não é
Parece velha
Mas não é

Todos os dias olho ela da janela
Em sua cama
A resmungar pro seu travesseiro
Que tanto trabalho vai lhe cansar

Parece bom
Mas não é
Parece logico
Mas não é

O caso é que tudo se parece com o que parece, se olhar
Mas que não carece-se pensar no que pensar
Seja o que seja
O meu doce vou provar

(Bruno Cohen e Mayra de Castro - 18.Julho.2007)

048. A Rosa - 2007

A rosa
Perfuma os campos
Que passamos
E respiramos

As vezes
Nem olhamos
Nem lembramos
Que esta lá

Mas sempre ela
Da janela
Vê a gente
A passear

Na espera
Lá tão bela
De que iremos
Lhe beijar

E que nem vela
Acaba ela
Sem que fossem
Te olhar

Mas se revela
Linda, ela
Que o que importa
É se amar

-----

A rosa
Tem espinhos
Que nos machuca
Sem pensar

Se vinga
Sem querer
Do egoismo
Do evitar

Mas porque é sempre assim?
Só olhamos pro ruim?
A chorar
Sem lembrar

Que a rosa
Deixa tudo
Embelezar
Sem chorar

Pra que se iludir?
Se ferir?
Se fechar?
Sem se amar?

Olhe pra sí
Que no mundo
Viver é assim

Veja
Quanta beleza
Tem a rosa
Em que você esta

(Bruno Cohen - 18.Julho.2007)

047. Paninho - 2007

Ele disse que ia comprar um paninho
Só um pouquinho
E já faz um mês

Ele disse que ia comprar um cigarro
Só mais um trago
Comigo não tem vez

Ele (vem e vai) 4X

Ela disse que ia fazer um mercado
Nada de errado
Como quem não fez?

Ela foi com cabelo engomado
Colo perfumado
Com anel, colar, linda se fez

Ela sempre me trái e (vem e vai) 3X

Mas agora esta tudo acabado
Caso encerrado
Acabou, finito, vai com Deus

Monte a mala, cate tudo e vá embora
Já deu sua hora
E na próxima pense outra vez

Ele (vem e vai) 4X

Mas e agora que papo furado
Sou condenado
Do crime que cê fez

Tudo bem, pode deixar, que eu vou embora
Fique com a bola
Fico com o carro com a casa, fique com o bebê

Ela sempre me trai e (vem e vai) 3X

Mas o que é isso, pense bem no que esta dizendo
Vai escolhendo
Vai pagar pelo que diz

Pegue tudo e junte em uma sacola
Saia, dá o fora
Agora é minha vez

Vem e vai
Vem e vai
Ele se foi
Depois voltou
Se separaram
O bebê cresceu
Foram felizes
E na cama
Sempre se vêem
Sem seus parceiros
Perceberem
Vem e vai
Vem e vai
Vem e vai
Vem e vai

(Bruno Cohen e Mayra de Castro - 18.Julho.2007)

046. Sexo - 2007

Sexo... tá na palma da mão
Com as mesmas mãos que fecham os olhos
As mãos que acariciam
Que tocam com amor
Sem pudor

Sexo... tá nos olhos de quem vê
Os corpos envolvidos nos seus trajes
Onde vemos a maldade
Vendo o que não vê
Nos olhos cheios de timidez

Sexo... esta no corpo que seduz
Que dança com calor
Que balança no pulso do voo
Que pousa nos seus braços
E domina o meu respirar

Sexo... esta na cabeça de quem pensa
Que deseja intensamente
Respeitando o que seja
Seja homem ou seja crente
Deseje gente

Sexo... tá na vida de quem vive
Que vive o que sente
Que respeita o seu corpo
Respeita o alheio
E abusa aquele que se vende


Sexo... pago ou amado
Sexo... abusado ou consciente
Sexo... com todos ou entre a gente
Sexo... na cama ou na rede
Sexo... com ela ou com ele
Sexo... faz parte do que se sente
Nasce
Vive
Descobre
Age
Vive
Para e...
Morre
Sexo... com sua mulher com seu homem
Faz parte fazer.

(Bruno Cohen (17.Julho.2007)

045. Coragem - 2007

Tú vieste para cá
Teus cabelos negros a te enrradear
Em uma concha te coloquei
Não só pra ouvir o mar
Pra ouvir sua voz
E suas palavras escutei

Coragem
Mora em meu peito
Me ajuda te desafiar
Corre nas veias meu sangue deleia
As pressas de me libertar

Coragem, quero-te nua
Tenho medo de te acabar

(Mayra de Castro - 17.Julho.2007)

044. Saudade - 2007

Saudade, que eu sinto, y não é pouca
Minha voz cansada y rouca
Pra você vai implorar...
Volte por favor aos braços meus
Nunca mais me diga adeus
Dessa vez fique pra ficar
Empurre a porta assim devagarinho,
E diga Alô benzinho
Eu voltei pra te agradar
Então, os meus olhos vão chorar,
Meus braços vão te abraçar,
E você sabe porque..
Então meus olhos vão te abraçar
Os meus braços vão chorar
E só você sabe porque...

(Edy Star - 19.Julho.2007)

Essa é uma música de Edy Star, guardada há mais de 30 anos e gentilmente cedida para um projeto meu com umas grandes amigas, que mais pra frente será apresentado a todos. Muito obrigado Edy!!!! Esse será nosso toque de Midas.

043. O homem de sempre - 2007

O que é que há?
Não tá legal
O mensageiro, onde é que esta?
O trêm deve esta pra chegar
Coloque o fraque e a cartola
Vem correndo me buscar
O bonde chega, vem correndo
E o que espero, mensageiro
Pode ser meu bem estar
Sento na minha casa bela
Fico olhando da janela
O galo a cantar
Enquanto o tempo passa
E eu espero numa boa
Tomo meu café com bolo de fubá
Até a noite vir
E o mensageiro retornar

O que é que há?
Não tô legal
O correio, onde é que esta?
A motocicleta deve estar pra chegar
Coloque o terno e gravata
Vem voando me pegar
A bicicleta chega, vem voando
E o que espero, o correio
Pode até se atrasar
Sento na minha casa velha
Fico olhando na TV
O meu ídolo a cantar
Enquanto o tempo anda
E eu espero cansado
Tomo minha Tubaina com bolachas
Até a noite vir
Pois correio, amanhã deve chegar


O que é que há?
Não é legal
O e mail, onde é que esta?
Os mega bytes devem estar pra chegar
Coloque o short e o boné
Vem num pulo, internet
A cadeira chega, nem preciso levantar
E o que espero do E Mail
Ele pode até travar
Sento no meu apê moderno
Fico mexendo na Internet
Baixando videos sensuais
Enquanto o tempo voa
E eu espero ancioso
Tomo minha Coca Cola com Mac Donalds
Até a noite vir
E esse E Mail, ah, vão ter que repassar

E amanhã, como será?

(Bruno Cohen - 19 Julho.2007)

042. A história de um cavaleiro - 2007

Essa é a jornado de um cavaleiro e sua ganância

Lá estava em seu cavalo
O cavaleiro valente do rei
Buscando um reino encantado
Pra agir ao oposto da lei

Queria um trono desarmado
Pra fazer o que bem entender
Matar ao rei condenado
E criar a sua própria lei

Chegando então preparado
Pra fazer a invasão no reinado
Armaou-se e avançou adentrando
E atingir ao seu plano armado

Pegou sua arma escolhida
E foi ao encontro do rei
Serviu gentilmente um refresco
Com veneno, preparou o que fez

Vitória
Conseguiu o que quis
A morte
Chegou, infeliz

Forjou o testamento do velho
E o trono enfim assumiu
Agora seu plano maligno
É trair seu reino raiz

-----

No trono juntou toda a tropa
E ordenou, falou bem assim:
Estejam todos apostos
Agora vamos a uma guerra sem fim

Eu quero o reino Vizigodo
As terras de lá de onde eu vim
Não tenham dó nem piedade
Façam como queiram enfim

Partiram então pra batalha
Para o outro reino conquistar
Lutaram conforme o esperado
Batalhando pra guerra acabar

Mas foram mandados bandidos
Com órdens de esse rei matar
Sabia o rei do povo traído
Do traídor que estava por lá

E na hora que a guerra acabará
Os bandidos chegaram por lá
E mesmo assim derrotados
Completaram o serviço a bala

Guerra
Para conquistar
Tudo
O que der pra apalpar

A sua maior vitória
Foi depois da discórdia
Morrer sem nada sofrer
E ficar para a história

E agora que tudo acabou
Pode ir deitar
O mundo já se perdeu mesmo
Pode festejar

Guerra
Para conquistar
Tudo
O que der pra apalpar

(Bruno Cohen - 21.Julho.2007)

041. O Blues da Batalha Interna - 2007

Estava com cara de bobo
Que estava com medo do nada
Temia a sombra, o silêncio
Que ronda a sua caminhada

Batia com a cara no muro
Dizendo não ter a visão
Chorava o drama interno
Teimando em não dizer não

Dizia estar tudo bem
Eu vou para casa
Pra não dizer pra ninguém
Que estou mal

Trancado no silêncio do quarto
Amargava a minha solidão
Jogava no lixo o retrato
Evitando ter má recordação

Olhando o porta retratos
Sem nada em sua armação
Alivio pairava em seu peito
Limpando enfim a visão

Agora esta tudo bem
Estou em minha casa
Com o orgulho renovado
Pra não ser mais cabeção

-----

É muita patifaria
Viver sem emoção
Viver calando a boca
Em toda situação

Isso é tão deprimente
Viver na prisão
Das palavras de outra boca
Calar a boca e não dizer, não!

Jogue fora o medo
E vomite a sua emoção
Não tenho mais medo de nada
Apenas de perder a batalha

(Bruno Cohen - 20.Julho.2007)

040. Brincando de ser Deus - 2007

As vezes brinco de ser deus...
Dou vida as suas cores, assassino as suas dores
Lhe dou rosas, versos e amores
Me torno virgem maria, a puta, rainha
Me torno rainha, a puta virgem maria

As vezes brinco de ser deus...
Dou vida a sua morte, te faço alguém
Nesse mundo onde ninguem é de ninguem
Te faço meu refém

As vezes brinco de ser deus...
Te faço mulher, te faço fada
Européia, bicha, mãe e mulata
Te arranco a realidade, a angustia e o pudor
Lhe trago asas pra voar pra onde for

As vezes brinco de ser deus...
Dos leçois faço castelo pra você reinar
Da dor lhe dou orgasmos pra te saciar
Do pecado, faço o vicio pra te embriagar
Da sua vida, faço um canto pra você cantar

As vezes brinco de ser deus...
E sendo deus vou me enganando
Me refazendo, te condenando...





"Hoje lhe trouxe as chaves pra abrir as correntes
Mas você não quer partir..."






By Luca
http://nagavetaounolixo.blogspot.com/

(28.Julho.2007)

039. Meu óculos Biônico - 2007

Quero meu óculos bionico
Com visão de raio X
Com lente que abre a vista
Que desbunda o bancadão

Iria ver o que não falam
O que negam a afirmar
Os negam a realidade
Os que insistem em calar

Cadê esse óculos que não posso enxergar?
Que me conta as verdades
Pras mentiras eu inventar
E curtir e deturpar

Afirmo ver sua mentira
Digo que enxergo seu ego
Que vejo sua calcinha
Que enxergam o cegos

Cada hora acredito mais no que não vejo
Pois o que desejo
É o beijo
Que seu coração quer negar.

E sem óculos eu vejo
A pizza sem queijo
A mala sem mensalão
Papamóvel sem eixo

Cego é aquele que não tem óculos raio X
Que na TV X
Vê o cara X
Contar a história X
Do tal de pessoa Y
Que se enfiou no Z
E tomou no C
Foi pra P
Q Pessoa inocente

Mas que na verdade
Na rede TV
O cara do senado
Conta sobre o plano de crescimento
Que a tal pessoa boa
Se enfiou no rolo do mala
E tomou no copo o veneno
E foi pra casa do chapéu
Indigente inocente

Fecho os olhos bebê
Pra ver que no fundo
A pizza é de calabresa
E que tudo com certeza
É um defeito do óculos

Que você me ama
Que a piscina não é de lama
Que meu carro é do ano
E que ninguém me engana
Que o problema é do óculos.

Isso que dar ser Armani!

(Bruno Cohen - 30.Junho.2007)

038. Basta Ser - 2007

Muitas vezes olhamos o incerto, o nunca dito, o executado, a noite... o silêncio, o mortiço, a penumbra, o desconhecido, o não ser, o inexistir, a dor, a cicatriz, a auxencia de vida, o silêncio... e vemos apenas o que dizemos, mas tudo o que parece incerto é porque tem um certo... o nunca dita, tem que ser dito... o executado, renascido... a noite, clarear enfim... o silêncio, há de ser quebrado... o mortiço, mudar pra viver... a penumbra, vai reluzir... o desconhecido, depois de um instante já se torna conhecido... o não ser, simplismente sê-lo... o inexistir, simplesmente o que não existem existe!!!... a dor, vira força e recuperação... a cicatriz, a certeza da recuperação... a auxencia de vida, um encontro de si mesma, pra reviver... o silêncio, o que vai ser quebrado com uma risada gostosa de uma crinaça...
E ver tudo do angulo mais gosto, e ser feliz... pois essa é a coisa mais deliciosa que existe, a felicidade esta na simplicidade... basta ser!!!

(Bruno Cohen - 28.Maio.2007)

037. Publícidade - 2007

Olha ela sorrindo na TV
Ele quer te vender
Lava-louças
Tele-Moças

A novela começou
Vai dar PSDB na próxima eleição
O mocinho tão lindo
É dono da multinacional

Cuidado ao andar pela rua
No jornal deu noticias ruins
A jornalista estava nua
E as novidades causam dores nos rins
Paranóia geral

O crime parece que só esta nas ruas
Parece que o Nordeste é o paraiso
Parece que a Luana Piovani é pobre
E que o Brasil esta uma maravilha

Veja o filme inédito
Foi o Bush quem fez
Fezes, recolha do chão
E vote na próxima eleição

Deus esta no ar
Compre seu terreno no céu
E não perca o novo programa do plin-plin
E continuemos assim...

(Bruno Cohen - 08.Maio.2007)

036. Não há como evitar - 2007

Carambola não é caqui.
Aqui ou ali, não faz diferença.
Vai comê-los de qualquer forma
Se sujar completamente
A diferença é: Você pode escolher com que cor quer se sujar.
Não há como evitar

(19.Abril.2007 - Marilia Del Vecchio)

035. Felicidade - 2007

Um receita para a felicidade
Um sorriso ao amanhecer
Ver o turvo encandescer
Sorrir a toa e com naturalidade

Felicidade parece que vai fugir
Mas a abrace, prenda no peito
Ria no espelho, na rua ou no leito
Cuspindo a tristeza que quer nos iludir

E que cada lagrima corrida
Limpe por dentro a alma
Que o peito se acalma
Pra vida querer ser vivida

E que quando olhar ao redor
Veja olhos que brilham
Pessoas que te amam
E que o simples é complicado, mas é melhor

Felicidade
Não tem idade
Esta ai
Nesta caixinha
Que é seu peito
Já pode abrir

(Bruno Cohen - 07.Março.2007)

034. E o tempo que passa - 2007

Fecho os olhos com as mãos
Pra não ver a vida consumir
Analiso os sins e os nãos
Vejo todo o ir e o vir
E o tempo que passa

É triste ver-se insignificante
Zerado no canto emudecido
Reclamando um implicante
Estar sozinho e querer alguem comigo
E o tempo que passa

Ver que nada aconteceu
Tudo estagnou novamente
Então meu mundo emudeceu
E calei-me ignorantemente
E o tempo que passa

Não devo mais esperar o tempo
Tenho que correr cego
Deixo o tempo ir com o vento
E em nada mais me apego
E o tempo que passa

Uma hora o tempo estabelece!!!

(Bruno Cohen - 16.Fevereiro.2007

033. Sonetos de mim mesmo - 2007


De mim o que posso dizer?
Se pouca coisa sei fazer?
Sou um tipo simples e comum
Um sonhador, apenas mais um

Que vejo esperança em cada olhar
E creio no velho sentido de amar
Um antiquado poeta e compositor
Sentado em meu piano, um simples ator

Sento nele a espera de algo maior
Um sentimento ainda melhor
De amor, simplesmente amor

E tudo o que faço e vive-lo intensamente
Procurando insensatamente
Quem creia nesse tipo de flor

............................

Eu, nem sei muito de mim
Pois nem sei se estou afim
Busco mesmo olhar pra tí
Amigo, vivante daqui

Eu te amo de qualquer jeito
Mesmo que por mim nada tenha feito
És meu amigo, e isso me vale
Não me importa o que fale

Sou amigo fiel pra quando quiser
Aqui estou para o que der e vier
Não vou exigir nada

As vezes até sofro por nada ver
Mas sigo passo a passo, para ter
Você... e ser bem amada

.............................

Vou seguindo meu caminho
Me protejo em meu ninho
Amando, na esperança de amar
Mesmo sem pé, mas com a beleza do mar

E na esperança me afogo
À espera de um amor, que logo
Quero pra viver mais desse sentir
Alguém que esta por vir

E mesmo sem uma imagem
Já anceio, sentado a margem
Do que a vida tem a me oferecer

Seu doce olhar, meu alguém oculto
No mundo... ao menos um vulto
Pra de amor não me adoecer

................................

Me embriado de madrugadas
Nas pétalas de flores tragadas
Pela fumaça da curtina de água
Que a cachoeira oculta, sem magoa

Ofusco minha vista de claves sem sóis
Deleito meu peito, opaco sem voz
Sem desfrute de luz e de ar
Pois nada reluz sem flor, sem o mar

Mas vou vagado entre a serena mata
Que me mata, me enclausura em uma lata
Lata de sonhos, celada de lucidez

E nada sólido me faz abrir
O mundo dos sonhos a ruir
Que espero mais uma vez

..............................

E pra concluir meus sonetos
Faço promeça a um léo obsoleto
Acreditando em fadas e contos
Como creio em tudo e em todos

Assim também creio na vida
Que me tortura e me invalida
Mas me faz ver que existe algo mais
Que não sei a forma, que de alguma forma se faz

Amarei todos em meu destino
Mesmo sem saber mostrar, me ensino
A crer que o jardim da vida tem uma flor

Flor que espero e esta entre todos
Flores belas e que rego na vida, no jogo
Jogo da vida, que a regra é o amor

(Bruno Cohen - 07.Janeiro.2007)

032. Sei lá... Não sei... - 2007

Bom dia pra você
Meu nome é... nem sei
Queria falar de mim
Mas nem sei o que
Bem, sou alguém assim
Tipo ele... tipo sei lá
Mas sei que sou legal
Mas quem sabe?
Pelo menos sei
O que mais...
Ah...
Gosto de cantar
Aquela canção
Não sei dizer qual
Mas canto
Você sabe
Vou te falar uma coisa
Não sei...
Mas queria saber uma coisa
Você deve saber...
Sei lá...
Deixa quieto

Bem, meu nome é...
Qual é o seu?
Me fale de tí...

Quer dançar comigo?
Aprendi algo novo
Tenho medo de me esquecer
É algo assim
Simples
Mas lindo demais de viver
Talvez você saiba mais do que eu
Mas veja...
Ah é...
Isso é só um verso
Então leia
Dois pra lá
Dois pra cá
Dois pra lá
Dois pra cá
É simples assim
Assim como tudo
Se tudo fosse assim
Ahh
Seria demais
Enfim
Não fale de mim...
Fale de você...

Na verdade
Sou linda
Bela
Confusa
Sou uma estrela
Ou nada
Quem sabe tudo
Posso ser eu...
Ou talvez eu seja você...
Quem sabe?
Então acho melhor me calar
Pois tudo isso é um circulo
Que gira
Gira
E giro
Não?

Enfim...
Meu nome é....
Mas afinal...
Quem é você?
Ou...
Quem sou eu?
Somos todos
Ou um só
Mas sei que somos
Então me de sua mão
Vamos embora daqui
E ponto final
Pois não sei de nada....

(Bruno Cohen - 07.Janeiro.2007)

031. Plumas ao Vento - 2007

Nem sei por que?
Mas toda noite sonho com você
E meus pensamentos voam
Qual pluma ao vento

Se existem traduções
Eu ainda não as achei
Mas vivo intensamente esse dilirio
E deliro sem querer

E aceito esse sonho
Pois é tão doce de viver
Tão bom e simples
Que simplesmente amo

Você nem sabe que é você
Mas eu amo
E deixo
Voar ao vento

(16.Janeiro.2007 - Bruno Cohen)

030. Se é assim, que seja! - 2007

Se é assim
Que seja

Eu ando desvairado por qualquer lugar
Crio laços e danço conforme a dança
E danço mesmo no final

Se é assim
Que seja

Cada lugar que vou é tão estranho
Vou e fico com medo, mas encaro
Talvez por ser careta, mas...

Se é assim
Que seja

Tem dias em que não quero acordar
Nem vivi e já senti que aquele dia será péssimo
Mas temos que acordar

Se é assim
Que seja

As vezes fico esperando das pessoas
Será que devo mesmo esperar?
Parece que gostam de esquecer

Se é assim
Que seja

Tudo parece muito ingrato e louco
E no fundo é assim mesmo...
Com todas as coisas, lugares e pessoas

Se é assim
Que seja

Loucamente vamos aceitando
Nos conformando
E vivendo
Pois
Se é assim
Que seja

(Bruno Cohen - 16.Janeiro.2007)

029. Declaração de Amor - 2007

Como nunca declarei abertamente
Decidi falar aqui
O quanto é bom te tocar
Ou menos saber que você existe
Saber que você esta ai
E que posso ter você quando quiser

É tão doce ouvir seu canto
Ouvir ser grito
Ouvir sua poesia
Sentir sua alma
Sentir seu amor
Que me enfeitiça com seu encanto

É tão louco o que sinto
Só ao te ver, já fico louco
Meu coração dispara
Nem sei porque...
E quando te vejo, onde quer que seja
Quero te ver
Te ter
Te tocar

E cada toque
Mexe demais comigo
É um prazer disvairado
Doce e carinhoso
Louco e possessivo
Intenso e apaixonante
Que vivo pra você

Hoje falo abertamente
Pra que todos saibam
Largo minha vida e tudo
Pra viver só pra você
Meu futuro deposito em tí!
Eu te amo demais

Me deixe tocar-te cada vez melhor
Sentir minhas mão correrem delicadamente
Num desejo forte de sentir-te entrar na minha alma
Entrar em meu corpo
Em meu coração
Me deixe te amar
Meu amor
Meu piano
Minha música
Minha vida
Aqui declaro meu amor pra você

(16.Janeiro.2007 - Bruno Cohen)

028. Encontros - 2007

Procuro
Um peito que brote sonhos
Eu vejo
Seus olhos que transbordam deles
E corro
Atrás de uma nova felicidade escondida
E acho
Ela esta em todo lugar que sonha

Viajo
No oraculo dos pesadelos
No medo
Que oculta a paz que anceia
E busco
Levar essa paz ao peito que esconde
E quero
Na face desse peito, o sorriso mais belo

Encontro
Uma alma tão bela escondende-se nela
E choro
De medo de ver tanta beleza se perder
A beleza
Que não esta apenas na estética
Estática
Na perdida flor desse jardim de sonhos

Transpire
Tudo o que se guarda nesse ser tão especial
Cuspa
Tudo o que quer viver e esta ai escondido
Chore
Pra que vase a beleza que ocultas em tí
E viva
A poesia mais bela que você sonha

(18.Janeiro.2007 - Bruno Cohen)

027. Abra os Olhos - 2007

Abra a janela e deixe o vento entrar
Deixe que sopre tudo
Que caiam as coisas no chão
Que nada mais fique no lugar
Deixe a chuva molhar seu quarto
Que afogue todas as coisas suas
Que nada mais fique inteiro
E o tempo destrua o que sobrou

Abre a porta e deixe que todos invadam
Que tudo seja roubado
Que todas seus valores sumam agora
Levem o que puderem
Deixe que a sujeira da rua infeste seu lar
Toda pueira vai melar o seu chão
E o que sobrar vai voar
E só vai sobrar você nua

Fuja de casa e esqueça tudo
O que se pode fazer sem nada
Deixe que isso tudo aconteça
E quando você estiver com fome
Sonhe com a vida que teve
Pense que tudo era belo e não persebia
Lembre os bons tempos que foram
E pense, meu barraco era tão rico

Pobre é aquele que joga fora a vida
Não joga fora as coisas
E que toda riqueza dessa vida
Seja o mais simples possivel
Como o amor te sobra

(18.Janeiro.2007 - Bruno Cohen)

026. Amor - 2006

Eu só queria falar de amor
Da saudade pintada em meu peito
Com tinta de vida, vivida e feito
Alma brilhante calma de ardor

Transparente página de poema
Poesia que transborda amor de mim
Que sou um amante sem fim
De amor que em minha vida é lema

E à Deus dedico essa paixão
Pois ao homem sobrou a dor
Que de risco só me sobra pavor
E o amor transformo em devosão

De tanto querer amar
Só me resta chorar
Então a Deus dou minha lágrima
Meu sorriso e minha página

(Bruno Cohen - 19.Fevereiro.2006)

025. A noite e o amor - 2004

Veja a bela noite que resplandesce
À turva turbulência de meu peito
Misturando de qualquer jeito
O brilho da lua e o amor que cresce

Escrevo nessas páginas a ode de um ser
Que à escura noite se inspira
O brotar do amor que em mim à lua mira
E faz balança incerta meu viver

Pois à cada noite sinto a brisa
O odor do lírio que penetra docemente
O desejo de viver amor intensamente
E nesse turbilhão que se cria, frisa!

E me deixo levar pela apatia
Mas para acalantar a alma em fervor
Viso o lual e suas estrelas em esplendor
E uno parte a parte os cacos e as fatias

Um peito que vive desejo e agonia
E constantemente se inebria
Por delirar quando senta à luz do luar
Devido ao ar... ao ar... o amar...

O reflexo mais nítido da luz
Que se intervem a cada dia
E só quem de amor choraria
Vide que Deus esse calor nos introduz

(Bruno Cohen - 14.Março.2006)

024. Especial pra mim - 2007

Inexplicavelmente você surgiu
E tudo mudou pra mim
Não sei se você notou
Mas, você é especial pra mim

Minhas vida tornou-se diferente
Nada do meu cotidiano tinha o mesmo fim
Querer algo novo não saiu de minha mente
Porque você é especial pra mim

Tudo parecia meio vago
Nada mais aconteceria enfim
Esperava tanto algo
Algo especial pra mim

Sonhos sempre foram fantasias
E nada mais seria assim
Algo simples pra ousar pra ter novas alegrias
E acredito que possa ter sim

Eu nunca espero nada acontecer
Mas surgiu alguém especial enfim
E por menos que espere assim ser
Mais espero por um sim
Grandes declarações ainda não posso fazer
Mas sim dizer, que és especial pra mim

(24.Janeiro.2007 - Bruno Cohen)

023. A lua, minha confidente (versão 1) - 2004

Oh lua,
Eu preciso tanto falar com você.
Com teu brilho
Da minha dor

Oh lua
Que as núvens da chuva te enconde
Como a lágrima
O meu amor

Oh lua
Divindade da noite
O sol da minha vida quer brilhar
E a nebulozidade me esconde

Oh lua
Porque amar é tão bom?
Porque amar é tão dificil?
Porque as vezes o amor não é correspondido?

Oh lua
Eu amo amar
E o amor não me ama
E eu amo tanto você

Oh lua
Quando a vida irá me deixar brilhar?
Meu sol quer reinar
Mesmo te amando, quero te ver só a noite
Para meu mundo ser só iluminado
Pela luz do amor!

(17.Julho.2004 - Bruno Cohen)

022. O que preciso? - 2004

Eu não preciso de ilusão pra sonhar
Eu não preciso de dor pra chorar
Eu não preciso de vinho pra sangrar
Eu não preciso de vida pra morrer

Eu só preciso de amor pra viver
De amor pra sonhar
De amor pra sorrir
De amor pra chorar

Eu não preciso de luz para ver
Eu não preciso de escuro pra cegar
Eu não preciso de remédio pra curar
Eu não preciso ar pra respirar

Eu só preciso de sabedoria pra morrer
De vida para respirar
De doença pra curar
De ver pra brilhar

Eu não preciso mentir pra enganar
Eu não preciso finjir para me amarem
Só preciso ser eu mesmo para ser feliz
E de amor para ser...

(Bruno Cohen - 19.Julho.2004)

021. Amar sem poder ver - 2004

Me vejo
Cego por um amor
Agora fecho os olhos
Não vou me machucar

Eu só queria dar amor
Fazer carinho
E doar felicidade
E amar sem ver

Roubar um beijo doce
Sem medo de me apaixonar
Mesmo já amando, sem te-la
Só quero esse amor

Eu peço a Deus
Que ela me ame
Que eu ganhe na loteria da vida
Essa paixão

(Bruno Cohen - 19.Julho.2004)

020. E como eu queria - 2006

Queria te dizer que sim
Que vejo em você sonhos de felicidade
Que queria de tí o doce toque de um carinho
Que espero o amor mais sincero.

Queria te ouvir dizer
As palavras mais belas que existirem
Que sou alguém bacana
Queria te ouvir dizer que sim

Queria poder te falar
Que sonho pra mim é você
Mas daqueles sonhos premunitórios
Que vale a pena sonhar

Queria poder voar
Voar até onde o coração pode
Quando ele se inflama
De tanto amar

Queria poder toca-la
Mas com mãos que tocam piano
Que sabem ser muito delicadas
Acariciar pura e delicadamente

Queria viajar nesse sonho
Entregar meu peito ao novo
Acreditar no escuro
Que no amor não tem mais que sentimentos

Queria sentir seu cheiro
Cheiro daquela flor que cheiramos uma vez na vida
E que buscamos em cada jardim que cruzamos
Mas que que de tão unica, é dificil de encontrar

Queria poder ter essa estrela unica de meu céu
O a estrela maior que ilumina minha vida
Que acendeu tão fortemente
E que tal qual o sol... traz luz pra mim.

Queria transformar todas essas frases escritas no passado
Em frases ditas no presente
E parte de uma história do passado
Que brilharia pra sempre.

(19.Dezembro.2006 - Bruno Cohen)

019. Soneto da Flor - 2006

Oh sereno e doce ar de primavera
Que nas suas pétalas roseas e vivas
Nascidas tão agora, pra vida se revela
Pro céu descoberto se esquivas

Flor da primavera, prematura vida
Que surge da terra e ao céu se revela
E faz o sol brilhar, uma luz nova, renascida
Imatura e pura, qual a brasa à vela

Tú que tão nova sob os olhos brilha
O dia tornasse mais lindo e racional
O mundo se resume um ninho, uma ilha


Com suas pétalas belas, lisas e delicadas
Surgiste para tornar o resto, ocasional
Tornaste num instante uma flor amada.

(21.Dezembro.2006 - Bruno Cohen)

018. O mundo na palma da mão - 2006

Se ao abrir a mão
Eu tivesse em minha palma o mundo inteiro
Pegaria ele e encheria de flores
Pra te conquistar onde você passar

Se em minhas mãos eu tivesse o mar
Eu limparia toda agua desce oceano
Para que o lindo azul prevalecesse
E você se encantar com sua beleza

Se em minhas mãos tivesse o céu
Eu faria com que todo dia fosse claro
E toda noite um céu repleto de estrelas
Pra você olhar a lua cheia de amor

Se em minhas mãos eu tivesse as flores
Eu coloriria esse mundo de cores vivas
De arvores cheias de frutos
E que todo dia fosse um lindo dia de primavera
Pra que você sempre se encante com a vida

Se eu tivesse o mundo na palma da mão
E encheria ele de amor
E todos fossem sempre felizes
E que a violência fosse a unica a morrer
E a sua vida ser mais 'amor'

Se eu pudesse mudar o mundo
Eu mudaria pra cuidar de você

Acordar toda manhã ao seu lado
Te beijar "um bom dia meu amor"
Renascer pra vida todo dia com você

Pegar sua mão tão docemente
Acaria seu rosto delicadamente
Te dizer que és a mais linda desse mundo

Leva-la a um passeio na beira da praia
Rolar na areia, pegar estrelas do mar
Delirar como se nada mais valesse na vida

A cada dia te surpreender tão simplesmente
Te fazendo crer que és especial
Te fazendo simplesmente ser feliz

Pra quebrar as tristezas dessas vida
E te mostrar que você é a mais divina
Olhar seus olhos e neles declarar o amor

E poder todo dia te deitar na cama
Te acariciar nas estrelas, te beijar nas loucuras
Voltar pra terra e dizer que te amo

E ao terminar de cada dia
Te dar aquele beijo de boa noite
Pois amanha a vida continua

Se eu tivesse o segredo da vida em minhas mãos
Faria com que a unica coisa necessária pra ser feliz fosse todo esse amor
Já que nela, pra isso ser tão bom, precisamos conhecer o inverso

Mas já que não tenho o mundo em minhas mãos
Me contendo em fazer seu dia a dia
Um dia diferente e vc especial sempre

E sempre amada
Sempre feliz
Sempre

(Bruno Cohen - 01.Novembro.2006)